domingo, 20 de junho de 2010

Corrida não é remédio antiestresse

Uma pessoa que começa a correr mantendo a rotina de dezenas de tarefas, com sono e refeições irregulares, só acrescenta mais um fator de exaustão ao dia a dia.
http://www.einstein.br/pagina-einstein/Paginas/Corrida-nao-e-remedio-antiestresse.aspx

Correr virou mania. Todos têm algum amigo ou colega de trabalho que aderiu a essa atividade. Quem corre fala de sua nova prática com empolgação, pois ela provoca uma sensação de bem-estar físico e mental. Além de poder ser realizada em qualquer lugar, é perfeita para os que não são adeptos do esporte em grupo. Que o exercício físico é garantia de mais saúde, não resta dúvida. Mas às vezes a prática prejudica o corpo. No caso da corrida, a falta de preparo e a autoconfiança podem causar problemas sérios ao esportista.

Um erro comum dos iniciantes é achar que correr é um movimento natural do corpo e, por isso, não exige nenhuma preparação. Não é assim. O sedentário não se transforma em atleta simplesmente por iniciar essa atividade. Obviamente, a prática correta traz benefícios ao corpo, como a diminuição dos índices de pressão arterial e triglicérides. Mas, antes de calçar os tênis, é bom saber que a corrida não é para todos e que sair correndo sem qualquer preparo pode ser prejudicial à saúde. Atletas mantêm uma rotina rígida, alimentação balanceada, têm horas de sono regulares e acompanhamento médico. Uma pessoa que começa a correr mantendo a rotina de dezenas de tarefas, com sono e refeições irregulares, só acrescenta mais um fator de exaustão ao dia a dia. E essa soma pode causar sobrecarga ao sistema cardiovascular em vez de aliviá-lo.

Para usufruir dos benefícios da corrida é preciso se preparar. A prática deve começar com caminhadas diárias. A cada semana são introduzidos alguns minutos de passadas mais rápidas. Isso depois de passar por uma avaliação médica e comprar os acessórios indispensáveis ao corredor: um frequencímetro (aparelho que mede os batimentos cardíacos e avisa quando é hora de diminuir a intensidade do exercício) e tênis especiais para amortecer as pisadas.

Esportes de alto impacto, como é o caso da corrida, aumentam o risco de lesões nos membros inferiores, joelhos em primeiro lugar. Um estudo publicado pelo British Journal of Sports Medicine, feito com corredores amadores de ambos os sexos, mostrou que 29,5% deles apresentaram alguma lesão nos membros inferiores em 13 semanas de acompanhamento. Outro estudo publicado na mesma revista, mas com duração maior (seis meses), detectou lesões em 79% dos corredores.

Não há fórmula mágica. Para usufruir dos benefícios da corrida – e eles são muitos – é preciso se preparar.

Entre os fatores que aumentam as lesões estão pisada incorreta – que pode ser avaliada por um ortopedista e amenizada com tênis adequados – e o exagero ao treinar. Não é recomendável correr todos os dias e, sim, alternadamente, dando ao corpo a chance de se recuperar do esforço. Outro fator de risco é o sobrepeso. Correr para emagrecer não é o ideal. O melhor é perder peso antes, com caminhadas ou exercícios na academia, para depois acelerar nas ruas.

Quem corre, sabe como fazem bem o exercício ao ar livre e a sensação que invade o corpo após alguns quilômetros de corrida. Mas para alcançar esse bem-estar é preciso cautela para que a próxima chegada não seja a uma lesão.

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