sábado, 18 de setembro de 2010

Depoimento - II Meia Maratona de Natal

Olá corredores,

Sou um corredor semi-amador

O início ...
Igual a todo mundo que não tem mais 15 anos faz tempo, comecei a caminhar para perder peso, quando tinha 98 kg, então fiz minha primeira corrida durante as caminhada, corri de um poste à outro e quase não consigo.

A primeira...
A 10k Natal 2009 foi minha primeira corrida, me inscrevi nos 10km, mesmo só conseguindo correr 5km. Resultado, não tive coragem de dar a segunda volta, foi a única prova que não conclui, fiquei com vergonha de chegar em último, mas hoje sou um corredor totalmente sem vergonha.

O vício...
Com essa corrida, ganhei MINHA PRIMEIRA MEDALHA NA VIDA, claro, foi participação, e daí? Acho que só não participei de uma ou duas corridas em Natal desde essa data. Essas corridas me motivam a treinar, alguns amigos meus falam que vão começar a correr quando estiverem em forma, eu digo, que corro para isso. Com isso cheguei aos 88 km, mas como não existiram corrida aqui em Natal nos meses de Janeiro e Fevereiro, fiquei com 94 kg no final de fevereiro.

Enfim, os 21 km ...
Cerca de um mês antes da meia maratona, decidi correr os 21k, e daí que eu só corro 10k, e daí que não tenho velocidade nem resistência, isso pra mim era um detalhe.

Fui treinar e corri 26km em 2h e 48m.

Comecei a fazer treinos com tiros.

Meu tênis é bom, mas nem tanto, não tenho personal, não tenho tempo disponível, não tenho nutricionista, não tenho porte físico de corredor (isso até minha mãe sabe), não tenho medidor de batimentos cardíacos, não tenho medidor de distância/velocidade, nunca tive coragem de investir nisso. Mas tenho MUUUUITA FORÇA DE VONTADE, SAIR PRA CORRER NA CHUVA ÀS 5h DA MANHÃ NÃO É PRA QUALQUER UM, OU CHEGAR DO TRABALHO AS 21, APÓS TRABALHAR 14 HORAS SEGUIDAS, E IR CORRER DAS 22H AS 23H.

Comecei a correr a menos de um ano, no final de setembro de 2009. Fiz 5km, 10 km e hoje fiz 21km em 2 horas e 19 minutos. Nem Charles Darwin explica tamanha evolução.

O pior pesadelo ...
Sem duvida, meu pior pesadelo é SEU GERALDINHO, um senhor de 69 anos que não só ganha de mim, mas também ganha fácil de mim. Perdi pra ele nos 5k, 10k e agora 21k. Todo mundo tem um sonho de comprar um iate e fazer um cruzeiro na Europa, eu não, eu só quero ganhar de Seu Geraldinho pelo menos uma vez. Pelos meus cálculos, daqui a 30 anos, quando ele tiver 100 e eu 62 eu terei chance de empatar com ele.

Deixando a brincadeira de lado, ele é um homem que eu admiro demais, minha maior vitoria é chegar a idade dele com tanta saúde. Toda corrida tiro uma foto com ele, ofereço R$ 100,00 pra ele me deixar passar a frente, mas ele se recusa, infelizmente.

Humberto, corredor de rua e meio maratonista.(jhumbertoes@hotmail.com)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Corrida bilionária

Disputa de rua é a segunda modalidade mais popular do país, atrás só do futebol, e alimenta um mercado que já movimenta R$ 3 bi ao ano

Com 4,5 milhões de praticantes e o título de segundo esporte mais popular do Brasil, as corridas de rua, além de atrair mais adeptos todos os anos, estão chamando a atenção por aquecer setores da economia além daqueles ligados à modalidade.

Cada prova de rua -são cerca de 80 só em São Paulo neste ano- movimenta entre R$ 1,44 milhão e R$ 6 milhões, dependendo do total de participantes, segundo a Corpore, órgão sem fins lucrativos e que serve como porta-voz do setor.

A Maratona Internacional de São Paulo, por exemplo, principal prova do país, atraiu cerca de 20 mil pessoas em maio.

Do total arrecadado na corrida, 70% fica na cidade-sede do evento. Esse valor é ligado à hospedagem, à alimentação, ao transporte, ao lazer e às compras.

Sem considerar esses mercados agregados, a receita direta das corridas de rua chega a R$ 3 bilhões.

"É um setor em franco crescimento e que, além de atrair novos participantes, injeta recursos importantes na economia", diz Octavio Aronis, fundador e vice-presidente da Corpore.

MERCADO
Em média, por prova, cada atleta gasta R$ 518, sendo que 83% são desembolsados em itens de preparação, como tênis, roupas específicas e equipamentos, adquiridos em média três meses antes.

Levando em consideração os atletas que são de fora da cidade-sede da prova, o gasto sobe para R$ 1.054, sendo que 48% são gastos em itens esportivos, e 52%, em hospedagem e lazer.

Atualmente, São Paulo e Rio de Janeiro são os dois principais locais para a realização das provas, embora o número de corridas comece a crescer também em cidades do Nordeste, como Fortaleza, Salvador e Recife.

O impacto econômico, porém, não se restringe ao Brasil. Segundo a Folha apurou, pelo menos 5% dos corredores amadores já realizaram provas fora do país.

É o caso de Iberê de Castro Dias, 33, juiz paulistano que corre desde 2005 e parte para a sua sexta maratona no mês que vem, em Chicago.

Entre seus destinos, já estiveram Itália, França, Turquia e também as maiores provas dos EUA: Nova York e Boston. "Correr hoje é o lazer que permite confrontar os meus próprios limites", diz.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

Passadas solidárias

Por RODOLFO LUCENA - rodolfo.lucena@grupofolha.com.br
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq3108201010.htm


DESDE QUE comentei no blog "+ Corrida" sobre a lesão que vem me atazanando a vida, impedindo que eu prossiga minhas corridas em paz, venho recebendo um sem-número de mensagens de leitores e amigos. São dicas de tratamento, exemplos de superação, informações sobre casos parecidos ou simples palavras de apoio: vai que dá.

Além de emocionarem, essas mensagens me fizeram rever a vida corrida, relembrar os tempos de trilhas e asfalto e perceber, de forma cristalina, quão grande é o espírito de companheirismo que grassa entre os corredores, que a cada passo dão exemplo de solidariedade -ação cada vez mais rara na nossa vida ultracompetitiva, estressada, violenta até.

Começa por coisas simples, como um tênis desamarrado. É só alguém ver, durante a prova, um cadarço esvoaçante, que a balbúrdia se instaura. Um grita ao lado, outro avisa, até que o incauto perceba o risco que corre.

E não é pequeno. Um tropicão pode redundar em ossos partidos. Se a prova estiver muito concorrida, a queda de um pode levar outros de roldão, e aí vira uma caca geral. Em provas mais longas, é comum dividir mantimentos.

Um copinho de água na hora do sol é uma bênção, um sachê de carboidrato revigora as energias, uma palavra de incentivo pode ser a diferença entre se arrastar e parar ou trotar até o final. Todos temos histórias assim para contar, de encontros benfazejos em momentos difíceis.

De olho nessa característica, muitas entidades pedem ajuda a corredores para divulgar causas humanitárias.

No próximo domingo, haverá, em São Paulo, uma prova para arrecadar fundos para um hospital que trata pessoas com câncer; em outubro, o Brasil recebe pela primeira vez uma etapa da Race for the Cure (corrida pela cura), pela conscientização sobre o câncer de mama.

Há corrida e caminhada contra o tabagismo, outra pela doação de órgãos e até uma prova pela inclusão social (confira no blog os sites de algumas iniciativas).

E há empreendimentos solitários, como os de alguns ultramaratonistas. Carlos Dias, corredor de longas distâncias, inicia em setembro uma jornada pelo perímetro do Brasil. Pretende correr 18.250 km em um ano, vendendo quilômetros para arrecadar fundos para o Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer).

Enfim, cada um faz a sua parte. E segue a vida, com passadas solidárias. Elas fazem bem a todos.

RODOLFO LUCENA, 53, é editor do caderno Tec e do blog +Corrida (maiscorrida.folha.com.br), ultramaratonista e autor de "Maratonando, Desafios e Descobertas nos Cinco Continentes" (Record)