quarta-feira, 27 de maio de 2009

Para melhorar a performance na corrida



Para melhorar a performance na corrida
Renato Dutra
http://veja.abril.com.br/blog/saude-chegada/

Recebo muitos emails com dúvidas sobre como evoluir nos treinos de corrida. O ciclo de evolução é conhecido por profissionais, mas quase sempre surpreende os leigos. Muitos corredores evoluem bastante no início do treinamento, principalmente no primeiro ano de corridas e provas. É uma fase espetacular, pois a melhora acontece de forma rápida e relativamente fácil. Infelizmente, esse período acaba e vem a estagnação.

Chega um ponto em que o praticante começa a evoluir bem pouco ou nada. Muitos não entendem esse processo, mas trata-se de uma lei do treinamento desportivo, descrita como princípio da treinabilidade: "Quanto menos treinado for o indivíduo, mais treinável ele é, e vice-versa". Para ilustrar este princípio, o gráfico abaixo mostra a evolução de um corredor que eu acompanho há mais de dois anos. Notem como a evolução obtida nos primeiros meses de treino é incrível e depois torna-se mais lenta até quase desaparecer. Esse comportamento tem se repetido invariavelmente com outros atletas.

Para manter a evolução

Mesmo que esse processo obedeça um lógica, nós corredores queremos continuar melhorando sempre. Claro, que não na mesma velocidade do início, mas é possível, sim, continuar evoluindo. Para obter melhores resultados é essencial refinar o treinamento. Este refinamento requer a supervisão de um treinador, nutricionista e outros profissionais que irão calibrar a alimentação, a intensidade, duração e frequência dos treinos de corrida e também as sessões de fortalecimento muscular, de modo a gerar o estímulo ideal para levar o praticante mais próximo de seu potencial genético.

Ter supervisão e estrutura profissional é quase sempre um investimento pouco viável economicamente para a grande maioria dos brasileiros. Uma alternativa seria participar de um grupo de corrida, procurando obter dos profissionais as orientações individuais necessárias para otimizar o treinamento. E uma terceira opção (muito utilizada no Brasil) é explorar o conhecimento técnico disponível nas revistas especializadas e internet. É claro que, quanto menos individualizada a orientação, menos garantias de resultados.

A genética também importa

Outro aspecto a ser discutido é o potencial genético para a corrida de longa distância. Enquanto alguns indivíduos conseguem correr 10 quilômetros em menos de 50 minutos, treinando só duas vezes por semana, outros menos afortunados precisarão treinar quase todos os dias para obter esta marca. Da mesma forma que há indivíduos que engordam mais facilmente e outros que são magros, apesar de cometerem grandes excessos alimentares.

Todos podem correr, mas cada um, por mais dedicado e melhor que seja seu treinamento e estilo de vida, esbarrará em seus limites genéticos.

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